sexta-feira, 20 de maio de 2011

Introdução

       O resultado dessa pesquisa vem de um Estudo de Campo realizado com a Escola Loureço Castanho, e temos o objetivo de passar o conhecimento adquirido nessa viagem aos leitores.

       Neste blog abordaremos o tema da cidade de Brasília, assim, explicaremos detalhadamente como é o funcionamento da cidade, sua idealização, o motivo de sua criação, a trajetória de desenvolvimento da cidade, falaremos das cidades satélites e também do contexto geral do Distrito Federal hoje.


Contextualização da cidade

       Nos anos de 60, o Brasil vive um período de euforia na política e na economia. Sendo uma época governada por Juscelino Kubitschek, que traz uma política econômica industrial desenvolvida. JK também propunha a sua nação o Plano de Metas, querendo desenvolver cinquenta anos de sua história em cinco, se abrindo totalmente ao capital estrangeiro, estalando indústrias e trazendo mão-de-obra barata em abundância, que futuramente irá ajudar na construção de Brasília. Mas com esta alta circulação de capital no país, traz um clima de euforia. 

       Foi construída em três anos e dez meses, através de um projeto do presidente Juscelino Kubitschek de mudança da capital nacional. O plano urbanístico da capital, conhecido como "Plano Piloto", foi elaborado pelo urbanista Lúcio Costa, que, aproveitando o relevo da região, o adequou ao projeto do lago Paranoá. O lago armazena 600 milhões de metros cúbicos de água. Muitas das construções da Capital Federal foram projetadas pelo renomado arquiteto Oscar Niemeyer, que denominado, responsável pela a arquitetura de Brasília.

       Com a alta descentralização do poder na época, e tendo o governo apenas voltado para as cidades litorâneas devido à vinda da família real para o Brasil, umas das causas que levou Juscelino a construir Brasília foi ter a intenção de afastar a capital federal da faixa litorânea, incentivando o crescimento do interior do país, aproveitando mão de obra nordestina e descentralizando o desenvolvimento. Podemos também falar que a construção de Brasília foi à nova “marcha para o oeste”, fazendo com que a modernização da época chegasse a uma região desconhecida por quase todos, trazendo também a vida urbana para moradores da região, e também de mostrar para o mundo a nova imagem de um Brasil democrático e industrializado.

O Projeto

       Como todos sabem, Brasília foi idealizada por Lúcio Costa e projetada por Oscar Niemeyer. O Plano Piloto tem o formato aproximado de um avião. Ele é cortado de uma ponta da asa até a ponta da outra, chamado Eixão, onde ficam as superquadras. E, de Leste a Oeste, chamado Eixo Monumental, que recebeu o centro cívico e administrativo, o setor cultural e o setor administrativo municipal.



       A solução encontrada para o setor residencial foi a criação das super quadras, projetadas para abrigar os moradores do Distrito Federal. Entre elas, encontram-se quadras comerciais e de serviços, formando um pequeno núcleo auto-sustentável. São essas quadras comerciais que abrigam grande parte dos restaurantes, bares, lojas e prestadores de serviço de Brasília.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Desenvolvimento da Cidade


  
     Brasília é a quarta cidade brasileira mais populosa. No censo demográfico de 2010 sua população é de 2562 963 habitantes. A cidade é a terceira mais rica do Brasil, tendo um Produto Interno Bruto (PIB) de 99,5 bilhões de reais representando 3,76% de todo PIB brasileiro. Suas principais atividades econômicas são a construção civil e o comércio. A agricultura e a avicultura também ocupam lugar de destaque na economia brasiliense. É importante ressaltar que a cidade incentiva o desenvolvimento de indústrias não poluentes com as de softwares, cinema, gemologia com ênfase na preservação ambiental.
A população de Brasília é formada por migrantes, sobretudo do sudeste e nordeste e seu crescimento populacional aumentou desde 1960 até hoje. O plano piloto que no início concentrava 

terça-feira, 17 de maio de 2011

As Cidades Satelites


As cidades satélites surgiram com um objetivo simples de abrigar e afastar moradores que poderiam prejudicar a imagem internacional do plano piloto e ultrapassar o limite populacional que o plano poderia oferecer. A criação das cidades foi uma solução encontrada e muito debatida pelo governo brasiliense (seminário nacional). O transporte entre Brasília e as cidades satélites é muito precário e esse fato reafirma o desejo de afastamento entre as classes sociais.

   As cidades encontram-se afastadas do plano piloto. As mais famosas são Ceilândia e Taguatinga tendo uma distancia de 27 e 26 km respectivamente do Plano. A população destas cidades chega a 398.374 habitantes, porém esses dados são incertos, a principal forma de sustento e economia são os empregos simples(lixeiro,vendedor de especiarias etc.) que os moradores conquistam no Plano Piloto, também há um pequeno comércio local como mercados, feiras, pequenas lojas, entre outros. Estudantes moradores das cidades Satélites também transitam no Plano.
    Em primeiro lugar pode-se considerar que as cidades Satélites foram um improviso, portanto não há uma organização como no Plano Piloto. A cidade de Ceilândia por ser a mais famosa pode ser tomada como exemplo: a cidade possui uma enorme variação cultural, ou seja, há muitos tipos de raças (nordestinos, goianos, mato-grossenses entre outros), porém a organização de transporte, segurança (viaturas), e saúde é algo que afeta diretamente a cidade. Já no Plano, tais problemas não podem ser evidenciados, a organização parece ser impecável e a divisão ocorre através de super quadras nas quais possuem seu próprio comércio, centro de saúde, uma escola primaria e fundamental e uma área de lazer para o conforto dos moradores.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Brasília idealizada X a Brasília real

     


      Brasília, o sonho para um novo Brasil, um novo pais, moderno e organizado. Da idealização ao real, a cidade atingiu e ao mesmo tempo não, muitos aspectos prioritários do projeto inicial, fator que levou a cidade perfeita a não ser tão perfeita assim.


      Desigualdade entre superquadras, problemas com locação e diversos outros problemas acarretaram na formação de uma cidade turbulenta, com princípios de maior criminalidade e consumo de drogas. Após a erradicação deste “problema” que era a pobreza, os operários e os favelados em geral, estes fatores só foram jogados para de baixo do tapete. Fazendo da vida no plano piloto um pouco mais, de qualidade, onde não se vê pobreza, onde não se falta nada e onde se tem tudo, por lá não se ouvem reclamações. Mas o que pensam da vida em Brasília? Nós? O mais comum de se ouvir é a questão do o que fazer? Da possível vida monótona e da cidade isolada. Veem-se os monumentos, os edifícios arquitetônicos, os poderes e o que mais? E é por este fator, o desconhecimento, que leva as pessoas a imaginarem a vida em Brasília desta forma, pois não é retratada, não a vemos em filmes, documentários e em jornais.


      Mas por o que vimos, a cidade atrai por sua forma, diversas atividades culturais e por sua história e função, atividades sociais e politicas, é o centro das discussões e das decisões, nos sentimos rodeados por muitas coisas, prédios históricos, monumentos e praças, e ao mesmo tempo nada, não se veem os brasilienses, pode-se escutar o silencio, o som do vento e saber que tudo esta acontecendo dentro dos prédios e não na rua como estamos acostumados, mas é desse jeito que vivem em Brasília, trabalham nos prédios e seguem para casa no final do dia, é a vida na capital do país.

domingo, 15 de maio de 2011

Entrevista Com Morador do Plano Piloto e de uma Cidade Satélite

Um dos trabalhos propostos lá em Brasília era entrevistar algumas pessoas (em média três) que moravam no Plano Piloto, e outras que moram em Cidades Satélites.  Assim, fizemos anotações e, abaixo, nós reescrevemo-las para que todos possam saber como eles realmente pensam:
Exemplo de entrevista de um morador do Plano Piloto:
Entrevistado: Daymar, 29 anos, mora em Brasília, Plano Piloto, 108. Escolaridade: Superior Incompleto trabalha no Mega Model e a renda aproximada é de dois mil reais por mês.
“A qualidade de vida é muito boa, pois a cidade é planejada, não há transito, existe respeito com os pedestres, entre outros aspectos.”
“O acesso ao comércio e aos serviços é sim muito fácil, pois em toda quadra há um comércio, escola, clube entre outras necessidades, e, para isso, não é necessário utilizar um carro até o local desejado, uma grande diferença da cidade de São Paulo.”
“Sim, Brasília oferece várias opções de lazer, como clubes, baladas, parques, para crianças há os parquinhos, bares, entre outros divertimentos que atingem diferentes públicos.”
“Os principais pontos positivos de morar no Plano Piloto é o “inexistente” transito, há um fácil acesso ao comércio e a cidade não é violenta. Entretanto, há o lado negativo, que são os “corruptos” políticos, que acabam interferindo na sua vida.”
Na opinião de Daymar, a cidade é vista como uma cidade fantasma, pois durante o dia e a noite não há um movimento tão grande nas ruas em relação a grande São Paulo.
Daymar acha que a organização de Brasília contribui para a convivência e a interação das pessoas, pelo fato de todos se encontrarem nos mercados de suas próprias quadras, ou por conviverem num espaço “pequeno” que atenda as necessidades de todos e, então, freqüentarem os mesmos lugares.
No ponto de vista de Daymar, o causador da desigualdade social entre moradores do Plano Piloto e os das Cidades Satélites foi o governador Roriz, pois ele trocava votos por lotes.
“Os aspectos positivos de morar em super quadras são as proximidades, além da vista que é muito bonita, e também por possuir escolas, parques, igrejas, etc. Já os pontos negativos, único, é que os prédios são cercados por muralhas para dar privacidade aos moradores e também pela proteção aos usuários de craque, que nos últimos anos vem aumentando.“
“O poder aquisitivo dos moradores no interior das super quadras não é equilibrado; um exemplo é que alguns prédios têm mais quartos, outros não; apesar de houver desigualdade, não há violência entre os moradores.”
Daymar relata que conhece todos os seus vizinhos, e diz que eles se cruzam muito, no supermercado, em parques, bancas, etc.

Exemplo de entrevista de uma moradora de uma Cidade Satélite:
A Ticiana ressalta a diferença entre as cidades satélites, dando como exemplo, a necessidade do uso do shopping, que se localiza na cidade ao lado (Itaguatinga), citando a falta de parques e teatros em sua cidade que é samambaia,. Também fala que o único lugar que oferece oportunidades é o plano piloto, tendo no dia a dia um grande movimento de pessoas principalmente na rodoviária.
   Como todos pensam, ela fala sobre o medo de Ceilandia, explicando que “quem é amigo ou parceiro dos meninos que tomam conta da cidade, não sofre com assaltos ou assassinatos”
   Reclama do mal investimento do governo nas cidades, não proporcionando uma grande variedades de hospitais, de escolas publicas e incentivo aos jovens para deixar a criminalidade. Fala da grande diferença social, falando que se encontra de tudo em samambaia.

Exclusão e Segregação das Classes Mais Pobres


            Com o término do plano piloto, a população de favelados na cidade já era gigantesca e entre diversos programas para a erradicação desses “invasores”, se criaram as cidades satélites de Brasília, cidades localizadas a poucos quilômetros do centro da cidade que concentram a população de baixa renda e na época, esses operários favelados que não eram poucos e sim milhares.
            O grande projeto para a formação das cidades satélites foi o que deu inicio a Campanha de Erradicação de Invasões (CEI), que ao longo do tempo posterior da fundação da cidade foi removendo as favelas, e os cerca de 15 mil barracos divididos entre elas visando a prevenção de crimes e do trafico de drogas, para a formação de bairros satélite que depois virariam cidades.
            Hoje em dia, essas cidades que eram apenas para a locação dos “erradicados”, formaram suas próprias economias, centros de comércio e estabilizaram uma vida por parte independente de Brasília, existem programas sociais, culturais, feiras e atividades de todo o tipo surgindo e ganhando mais publico a cada ano. Em relação as pessoas, a maioria delas continuam empregadas no plano piloto, pela maior oferta de trabalho e pelo maior salário, portanto, as “ligações” destas cidades com Brasília teriam de ser adaptadas para o fluxo de pessoas que vão e vem a todo instante, as rodovias foram ampliadas conjuntamente com os transportes públicos e as pessoas se sentem mais possibilitadas, a crescer e a mudar sua vida e a da sua cidade.